No 9º episódio do podcast da Amplum Biogás, tivemos a oportunidade de conversar com Carlos Mathias, diretor executivo da BlockC e da EQAO que nos trouxe perspectivas fascinantes sobre “As Oportunidades da Economia de Baixo Carbono para o Setor de Biogás”.
Ouça o episódio na íntegra através dos nossos canais:
O que é a economia de baixo carbono?
A economia de baixo carbono, também conhecida como economia de baixa emissão de carbono, refere-se a um sistema econômico que busca reduzir significativamente a emissão de gases de efeito estufa (GEE), especialmente dióxido de carbono (CO2) e outros gases relacionados ao aquecimento global. Seu principal objetivo é mitigar as mudanças climáticas e minimizar os impactos negativos das atividades humanas no meio ambiente. Para atingir esta meta, busca-se a adoção de práticas sustentáveis e a transição para fontes de energia limpas e renováveis.
Conforme explicou Carlos:
“Desde 1977 existem evidências científicas de que o tema das mudanças climáticas é causado por atividades antrópicas, ou seja, do ser humano”.
A economia de baixo carbono envolve diversas áreas, tais como: energia, transporte, indústria, agricultura e construção civil. Algumas medidas para promover essa transição incluem o aumento da eficiência energética e a promoção de energias renováveis como solar, eólica e o biogás.
Além dos benefícios ambientais, essa economia também pode gerar oportunidades como o desenvolvimento de novas indústrias verdes, a criação de empregos na área de tecnologias limpas e a melhoria da qualidade de vida das comunidades. Seu ideal é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e construir um futuro mais sustentável e resiliente para as futuras gerações.
Qual a relação do Biogás com a redução da emissão de carbono?
O biogás desempenha um papel importante na redução da emissão de carbono devido às suas características como fonte de energia renovável. Ele é produzido através do processo de digestão anaeróbica da matéria orgânica, como resíduos agrícolas, resíduos de alimentos, esterco animal e lodo de esgoto.
Durante esse processo, os microorganismos quebram a matéria orgânica em um ambiente sem oxigênio, produzindo biogás, cuja composição principal é o metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2).
O metano é um gás de efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono, contribuindo significativamente para o aquecimento global. No entanto, quando o biogás é coletado e utilizado como fonte de energia, o metano é queimado, transformando-se em dióxido de carbono. Sua queima controlada ocorre em seu uso para a geração de eletricidade, calor ou combustível veicular – na forma de biometano.
- O MERCADO DE BIOGÁS E BIOMETANO NO BRASIL
- REDES DE GÁS , TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E INTERIORIZAÇÃO DO BIOMETANO
Além disso, o biogás pode substituir combustíveis fósseis, como o gás natural, carvão ou diesel, em processos industriais, geração de energia elétrica e aquecimento, reduzindo ainda mais as emissões de carbono provenientes dessas fontes convencionais. Essa substituição contribui para a diminuição da dependência de combustíveis e para a redução das emissões de GEE associadas a essas atividades.
A utilização do biogás como uma alternativa de energia renovável e de baixo carbono desempenha um papel fundamental na redução das emissões de carbono e na transição para uma economia mais sustentável e de baixo carbono.
“O Biogás, num futuro próximo, vai substituir o GLP, diesel.”, comenta Carlos.
Diferença entre abatimento e compensação de emissões
Abatimento e compensação de emissões são duas abordagens diferentes para lidar com as emissões de GEE e reduzir seu impacto negativo sobre o meio ambiente.
Aqui está a diferença entre eles:
– Abatimento de emissões:
É a redução direta das emissões de GEE. Envolve a implementação de medidas e ações para diminuir a quantidade de GEE liberados na atmosfera.
O abatimento pode ser alcançado por meio de diferentes estratégias, como a melhoria da eficiência energética, a adoção de energias renováveis, a otimização de processos industriais, o uso de tecnologias mais limpas e a mudança para práticas mais sustentáveis.
O objetivo do abatimento de emissões é reduzir a pegada de carbono de uma atividade, setor ou empresa, minimizando sua contribuição para as mudanças climáticas. Essa abordagem busca uma redução real e mensurável das emissões, visando atingir metas e compromissos ambientais.
– Compensação de emissões:
Estratégia complementar ao abatimento, que visa neutralizar as emissões restantes que não puderam ser reduzidas diretamente. Consiste em investir em projetos de redução ou remoção de GEE em outro lugar, geralmente em um setor ou região diferente, para compensar as emissões geradas.
Esses projetos de compensação podem incluir iniciativas como reflorestamento, preservação de áreas naturais, captura e armazenamento de carbono, entre outros. Ao investir nesses projetos, as emissões resultantes da atividade principal são consideradas “compensadas” pelo impacto positivo gerado pelos projetos de redução de emissões.
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