A MICROBIOLOGIA E A SUA RELAÇÃO COM O BIOGÁS E O BIOMETANO é o tema da vez aqui na Amplum Biogás. Para enriquecer o conteúdo, convidamos a professora e pesquisadora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Suelen Paesi – bióloga, microbiologista com ênfase na produção de biogás.
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Youtube: MICROBIOLOGIA E A SUA RELAÇÃO COM O BIOGÁS E O BIOMETANO (HIDROGÊNIO E OUTRAS ENERGIAS RENOVÁVEIS)
Microbiologia e o biogás e biometano
Como forma de exemplificar e compreender de forma breve a relação da microbiologia com o biogás e biometano, podemos compreender que a biodigestão é um processo que ocorre naturalmente, como parte da decomposição de matéria orgânica em ambientes com pouco oxigênio, como por exemplo pântanos e aterros sanitários. Nesse processo, também conhecido como digestão anaeróbia, a matéria orgânica é transformada em biogás, uma mistura de metano e outros gases.
Em um biodigestor o processo é semelhante, entretanto ocorre em um sistema fechado, sob condições controladas, com parâmetros específicos, projetados para atender os objetivos e a modelagem do negócio daquela planta de biogás. Seja a aplicação do biogás para produção de energia elétrica, térmica ou veicular.
Ao conhecer o pool bacteriano (diversos microrganismos presentes em determinado local ou amostra), é possível descobrir com método de diagnóstico molecular (análise e identificação da estrutura genética bacteriana) como tratar aquele grupo de bactérias, e desta forma potencializar a produção de biogás.
Entretanto é importante mencionar que o inóculo bacteriano (quando os microrganismos de interesse são colocados em um meio de cultura para iniciar o crescimento) e a forma como ele é tratado, podem interferir tanto no aumento da produção, quanto na redução do volume de biogás gerado.
Diagnóstico molecular como meio para estratégia de produção de biogás
A professora Suelen alerta que é essencial o controle nutricional ser o mais coeso possível, fornecendo o que cada bactéria ali presente gosta de se alimentar. Lembrando que, esse processo leva tempo… tempo suficiente para a acomodação das bactérias em um ambiente estável.
Paesi também destaca a relevância da pesquisa e da identificação bacteriana para um esquema nutricional adequado para cada biodigestor, uma vez que as bactérias precisam de tempo e estabilidade para alcançarem o ápice do processo de biodigestão: “com o diagnóstico molecular de microrganismos, a gente começou a entender que daria para estudar quais são as complexas organizações das bactérias dentro do sistema da digestão anaeróbia”, explica.
O método de metasequenciamento molecular permite essa relação de sucesso na construção de uma estratégia totalmente científica na produção do biogás. Por meio desta pesquisa laboratorial microbiológica é possível identificar classe, nome e características específicas, com a exatidão do DNA, da porcentagem de cada bactéria presente no reator .
Assim, compreendendo a atuação sequencial de cada bactéria no processo produtivo da biodigestão, seja uma após a outra, o inóculo bacteriano conseguirá decompor com maior facilidade e performance os resíduos orgânicos, para enfim transformá-los em biogás.
Metasequenciamento e a performance de produção de biogás
Para potencializar a produção, o gestor da planta de biogás pode decidir se deve aumentar e/ou compor o pool com bactérias mais adequadas para cada substrato. Isso dá, além de um maior controle, a previsibilidade de produção. Além de obtém mais informações para apoiar a tomada de decisão no ajuste de outros parâmetros (também importantes) como pH, temperatura, agitação…entre outros.
“Conhecendo e isolando as bactérias, eu posso produzir o biogás e/ou o hidrogênio dentro do laboratório”, afirma professora Paesi. Até aqui, com essa breve explicação, já é possível correlacionar a importância do controle microbiológico para o sucesso de uma planta de biogás.
No podcast da Amplum Biogás você ainda vai ouvir sobre:
- Rede de laboratórios, conheça a rede Biogás Forte;
- 5º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano;
- Produção de hidrogênio a partir da biomassa;
- Integração pesquisadores e empresas em prol do desenvolvimento de soluções e tecnologias para mercado.
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Ah! Um pequeno SPOILER de quem vem lá, nos próximos episódios do Podcast Amplum Biogás:
- Breno Pinheiro – GW Energia;
- Tamar Roitman – ABiogás;
- Giovane Rosa – Gás Orgânico;
- Luiz Gustavo S. de Oliveira – IEA;
- Rafael González – CIBiogás;
- Natalia Addas Porto – RegE Consultoria;
