Texto: Deisi Cristina Tapparo
Você já se questionou sobre a possibilidade de transformar resíduos orgânicos em energia renovável e despachável e ainda contribuir para a descarbonização do planeta? Neste conteúdo iremos abordar como o biogás e o biometano fazem parte da jornada da descarbonização.
Metas do Brasil para a Redução de Emissões:
O Brasil estabeleceu metas ambiciosas no Acordo de Paris. Comprometeu-se a reduzir as emissões significativamente até 2030. Posteriormente, a NDC brasileira (Contribuição Nacionalmente Determinada), atualizada em 2023, redefine o cenário das metas ambientais do país. O Brasil assumiu o desafio de reduzir suas emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação aos níveis de 2005. Além dessas metas intermediárias, a NDC reitera o compromisso do Brasil em alcançar emissões líquidas neutras até 2050. Em outras palavras, o país comprometeu-se a neutralizar todas as emissões remanescentes, assegurando que cada tonelada liberada seja compensada por fontes de captura de carbono.
Assim, as metas estabelecidas pelo país moldam a trajetória ambiental do Brasil além de influenciar diretamente a busca por soluções sustentáveis.
Como o biogás e biometano podem auxiliar no cumprimento dessas metas?
No cenário apresentado, o biogás e biometano destacam-se ao proporcionar ativos ambientais que podem ser gerados durante o processo de produção ou uso final. A capacidade dessas fontes de energia renovável de neutralizar emissões e contribuir para a descarbonização do planeta não apenas se alinha com as metas estabelecidas, mas também representa uma oportunidade tangível para a transição para práticas mais sustentáveis. Além disso, a busca por uma matriz energética de baixo carbono converge, assim, com a inovação e eficácia do setor de biogás e biometano, consolidando seu papel como protagonista na transformação ambiental.
Créditos de Carbono, certificados de energia e gás renovável e CBIOs do RenovaBio
Os Créditos de Carbono representam certificações emitidas para cada tonelada equivalente de CO2 que tenha sido sequestrado ou reduzido em um projeto. Estes créditos são validados por terceira parte independente e posteriormente projetos elegíveis podem emitir créditos por 7 até 21 anos. Por outro lado, os Certificados de energia e gás renovável servem como uma garantia de rastreabilidade na produção e consumo de biogás e biometano e podem ser emitidos durante toda a vida útil do projeto. Exemplos desses certificados são: I-REC e GAS-REC. Esses certificados são medidos em unidades como MMBTU ou MWh e estão relacionados ao Protocolo GHG.
Por fim, os CBIOs do RenovaBio são certificados de descarbonização emitidos no Brasil. Sendo negociados na Bolsa de Valores B3, onde 1 CBIO equivale a 1 tonelada de CO2 equivalente. Ao contrário do mercado voluntário, o RenovaBio emite CBIOs comercializados em bolsa de valores (B3) e é um mercado compulsório.
Diante desses desafios e oportunidades para a descarbonização, é crucial além de compreender os ativos ambientais como parte da solução, estar preparado para liderar essa transição. Explorar as potencialidades do biogás e biometano já significa dar passos importantes na busca por práticas mais sustentáveis. Convidamos você a aprofundar seus conhecimentos por meio dos nossos cursos especializados. Um dos curso é em parceira com a Future Carbon , em parceria com a Amplum Biogás, oferece o curso “Mercado de carbono e o biogás no agronegócio“, enquanto o Instituto Totum oferece o curso “Certificações I-REC e GAS-REC para biogás e biometano“. Descubra o potencial ambiental desses ativos e como integrá-los estrategicamente em seus processos seja na produção ou consumo desses biocombustíveis.
Respostas de 2
Excelente conteúdo!
Trabalhei com prefeituras por 14 anos, neste período atuei com eliminação de lixões e projetos de planejamento e implantação de Usinas de Triagem e Compostagem – UTC, hoje trabalho com PD&I nos setores de economia circular e biodigestão. Através de experiências adquiridas, estudos e pesquisas que fiz no setor de RSU, desenvolvi modelo de negócios capaz de transformar “lixo” em materiais recicláveis, CDR – Combustíveis Derivados de Resíduos, composto orgânico, biogás/biometano, biofertilizante, energia elétrica, através de inovação, melhoria e aglutinação de processos é possível transformar passivos ambientais (RSU) em ativos econômicos e energéticos, contribuindo para redução de emissões de GEE, geração de emprego e renda, sustentabilidade, mobilidade de baixo carbono, dentre outros benefícios.
Acredito que a visão sobre RSU e resíduos orgânicos precisa mudar, urgentemente, pois conforme foi abordado na matéria, o tratamento de resíduos orgânicos, através do processo de biodigestão pode gerar inúmeros benefícios ao meio ambiente, às comunidades e ao desenvolvimento sustentável.
Ótimo texto, muito esclarecedor. Parabéns Amplum por estas iniciativas em prol da descarbonização.