O biodigestor como tecnologia social no semiárido brasileiro é o tema do episódio #43 do Podcast da Amplum Biogás. A diretora de operações e sócia, Andressa Pereira conversa com Ita Porto, mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), engenheira agrônoma, coordenadora de projetos na Diaconia e uma das grandes referências quando o assunto é agroecologia, saneamento e energias renováveis no semiárido brasileiro.
Ita também é presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú, representante da Diaconia na Red Biolac, Rede da América Latina de Biogás e integrante da rede Mulheres do Biogás.
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O papel do biodigestor como tecnologia social no semiárido
Durante o bate-papo, Ita explica como o biodigestor sertanejo se tornou uma ferramenta fundamental na busca por soluções sustentáveis para a agricultura familiar no semiárido brasileiro.
Além disso, ela destaca como essa tecnologia social promove segurança energética, alimentar, sanitária e hídrica, além de fortalecer práticas agroecológicas nas propriedades.
O modelo do biodigestor sertanejo foi desenvolvido pela Diaconia em 2008, adaptando-se à realidade das famílias agricultoras da região. Funciona com resíduos orgânicos, especialmente esterco animal, e gera biogás para cocção e biofertilizantes para a produção agrícola. Um biodigestor atende, em média, famílias de quatro a cinco pessoas, substituindo praticamente um botijão de gás por mês.
“Biodigestor no semiárido não é só energia. É dignidade, autonomia e qualidade de vida. Gera biogás, alimento, cuida da água, do ambiente e fortalece, sobretudo, as mulheres”, afirma Ita.

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Biodigestor, agroecologia e justiça social
O episódio também aborda como a implantação dos biodigestores está diretamente ligada à luta por justiça social e de gênero. As mulheres são protagonistas nesse processo, pois são elas que, historicamente, carregam o peso da gestão dos recursos na casa e na produção agrícola. Ao gerar autonomia energética e melhorar as condições de vida, o biodigestor se torna uma tecnologia que empodera as mulheres rurais e suas famílias.
Ita reforça que, embora essa tecnologia já tenha sido implantada em centenas de propriedades, ainda é necessária sua transformação em política pública, assim como aconteceu com o Programa Um Milhão de Cisternas. Isso permitiria ampliar seu impacto e garantir que mais famílias agricultoras possam acessar essa solução.
Mulheres e tecnologias no campo
A importância do protagonismo feminino na construção, gestão e disseminação de tecnologias sociais ganha espaço na conversa. Ita compartilha como as mulheres lideram processos na agroecologia, na gestão da água e na adoção de soluções como o biodigestor.
Ela também destaca que ambientes mais diversos são mais justos, inovadores e resilientes, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e a adaptação às mudanças climáticas.
Para encerrar o episódio, Ita faz um convite especial para quem quiser conhecer de perto os biodigestores em funcionamento no Sertão do Pajéu. Uma oportunidade para tomar um café preparado com biogás e ouvir das próprias famílias como essa tecnologia transforma vidas e territórios.
Confira as indicações da nossa convidada:
- Matéria sobre Rosana e Edson no Sertão do Pajeú: https://encr.pw/CUFvU
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